quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Noticias sobre a Fauna Brasileira: AVES

Enviado por Délcio Rocha em 2/7/2011

As aves da Amazônia são mais resistentes do que os cientistas imaginavam. Espécies consideradas extintas em certas áreas da floresta reapareceram após mais de 20 anos de sumiço.

A constatação é de um dos mais longos e abrangentes estudos sobre impacto da destruição das matas nas populações de aves da região.

Essas áreas funcionam como “ilhas de floresta” em meio a propriedades desmatadas para receber atividade agropecuária. Elas existem porque, para autorizar o desmatamento, exigia-se que os produtores mantivessem um pedaço da mata nativa.

Os pesquisadores monitoraram essas aves e as áreas que elas habitavam antes que as árvores do entorno começassem a ser derrubadas. Depois, a partir de 1985, fizeram novas medições a cada sete anos.

Consequências - No primeiro ano após o desmatamento, a maioria das espécies de aves simplesmente desapareceu desses fragmentos. Algumas migraram para outras regiões, enquanto outras, sem alternativa, acabaram morrendo.
Por fim, aconteceu o que os cientistas chamam de “extinção local”: as espécies de aves desapareceram completamente daquelas áreas.

Regeneração - Segundo os pesquisadores, com o tempo, a atividade agropecuária desacelerou e a floresta voltou a crescer e a se recuperar no entorno de alguns dos fragmentos.
Com isso, houve um processo de recolonização, com boa parte das aves retornando a suas áreas iniciais.

Em 2007, quando foi feita a última medição, 97 das 101 espécies de aves monitoradas haviam voltado a pelo menos um dos fragmentos.

Na opinião dos cientistas, o processo de recuperação que foi mostrado agora na floresta amazônica brasileira poderia acontecer também em outros ecossistemas com matas tropicais no mundo se diminuíssem a destruição e aumentassem a regeneração.
Enviado por Délcio Rocha em 21/2/2011
Quando teve início a colonização permanente no oeste dos EUA, cerca de 16 milhões de tetrazes viviam nas estepes das altas planícies. Hoje pode haver apenas 200 mil dessas aves terrestres, famosas por sua elaborada dança de cortejo – e elas estão em declínio, atingidas principalmente pelo desenvolvimento de petróleo e gás.

Seus números minguantes asseguram uma proteção como espécie em extinção, dizem autoridades federais. Porém, como outras espécies precisam de catalogação, e como a proteção a espécies em extinção é amplamente criticada no oeste, vem sendo desenvolvida uma forma exclusiva de cuidar dessas aves.

A Iniciativa Tetraz, projeto administrado pelo Serviço de Conservação de Recursos Naturais, busca proteger três quartos da espécie em aproximadamente um quarto do habitat total das tetrazes. As autoridades chamam isso de triagem pela conservação – proteger a terra onde o habitat está mais intacto, e ignorar regiões degradadas pelo desenvolvimento da energia e outros empreendimentos.
                            

“Como um feixe de laser, estamos focando aqueles locais onde há grandes quantidades de aves”, disse David Naugle, professor de vida selvagem na Universidade de Montana e consultor científico do projeto.

Noah Greenwald, biólogo do Centro de Diversidade Biológica – que foca em espécies ameaçadas -, diz que o plano é bom, mas não profundo o bastante. A iniciativa das tetrazes “é involuntária”, afirmou ele.

“Esperamos que as promessas sejam mantidas, mas as coisas podem escapar pelas rachaduras”.
Segundo ele, o plano tampouco protege o habitat das tetrazes em terras federais danificadas pelo desenvolvimento da energia, e os planos de proteção nessas áreas não são tão fortes quanto seria uma designação de espécie ameaçada. O grupo pediu por um registro forçado da ave, para que ela receba proteção completa da lei.

O rito de acasalamento das tetrazes, na primavera, é um dos cortejos mais dramáticos do mundo dos pássaros. Durante cerca de um mês, dúzias de machos aparecem nas leks e lutam por território com exibições – inflando um grande colar de penas brancas no peito, agitando as penas da cauda e gerando estalos com duas pequenas bexigas de ar amarelas em seu peito. Os pássaros de confrontam e penas voam, tudo num esforço para provar superioridade e reivindicar mais metros quadrados de terra.
                                   

O programa, fortemente focado em pesquisar o impacto de, por exemplo, pastos e cercas de arme farpado sobre as tetrazes, depende de fazendeiros como Ben Lehfeldt. Ele cria ovelhas e gado ao norte de Billings, numa região central de Montana que ainda é rica em tetrazes.


As florestas de salvas verde-prateadas são vitais em cada aspecto da vida da tetraz. As aves precisam da grama pesada abaixo dos arbustos de salva, pela cobertura contra predadores durante o chocar e a educação da ninhada. Assim, oito novos tanques de água permitirão que Lehfeldt espalhe seu gado e ovelhas de forma mais ampla nesta árida paisagem, deixando que as pastagens das planícies cresçam mais altas. Onde a terra foi cultivada, os fazendeiros são pagos para replantar a vegetação nativa.
O programa teve início no ano passado e, nesta primavera, biólogos começarão a monitorar os efeitos das alterações.

Com base nessas medidas, “estamos estimando um aumento de 8 a 10 por cento em sucesso de ninhadas”, disse Naugle.

Em alguns locais, especialmente em terras federais, não serão conduzidos esforços para proteger as aves. O desenvolvimento da energia transformou grande parte das estepes de salvas do Wyoming numa rede de estradas, torres de energia e outros empreendimentos. Como os pássaros não toleram alterações, seus números sofreram fortemente. O crescimento das turbinas de energia eólica e a subdivisão de terras também são problemas, devido às estradas e ao tráfego associados a elas.

Um coringa neste projeto é o vírus do oeste do Nilo. Onde Naugle estudou as tetrazes, há uma mortalidade de 25 por cento durante os anos de epidemia. Além disso, os reservatórios que a indústria de energia usa para armazenar a água extraída com o gás natural geram mosquitos, e a indústria vem buscando maneiras de lidar com o problema – incluindo peixes que se alimentam de insetos.

A experiência do Canadá com as tetrazes foi uma sombria lição aos biólogos locais. O oeste do Canadá possuía prósperas populações da ave. Hoje, devido principalmente ao desenvolvimento da energia, existem apenas 200 espécimes em Saskatchewan e menos de 100 em Alberta – e há temores de que a população de Alberta logo desaparecerá.

Por seu sabor forte, as tetrazes não são muito visadas pela caça esportiva. Elas são importantes como uma espécie “guarda-chuva” – se o seu habitat é protegido, isso gera a proteção de outras espécies das planícies, de pardais migratórios e coelhos pigmeus a veados-mulas.

“Essa iniciativa é uma das mais importantes que vi em uma década, a preservação de um habitat de alta qualidade”, afirmou Bem Deeble, coordenador de salvas para a Federação Nacional de Vida Selvagem, em Missoula. “Eles estão trazendo o melhor da nova ciência para analisar impactos”. 


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